ドライフラワー

Como um buquê seco entre as páginas de um livro, essa música cheira a lembranças que já deveriam ter desaparecido há muito tempo, mas que ainda não perderam a cor. Nela há o cansaço de conversas intermináveis que nunca se tornaram um verdadeiro diálogo e o habitual “desculpe”, dito mais para si mesmo do que para o outro. Aqui, a mágoa se mistura com o calor: os hábitos irritam, mas a voz, o rosto, até mesmo o constrangimento - nada disso se torna totalmente estranho.

Ela soa como a luz do entardecer em uma sala vazia, onde ninguém mais espera por uma resposta. Como uma tentativa de se convencer de que as flores murcharão, que a dor passará, que o nome deixará de soar por dentro - mas, por enquanto, ele ainda sussurra, como o aroma que não se dissipou do lenço velho. A ironia é que, mesmo deixando ir, você continua segurando.