Pastello Bianco

Como se estivesse abrindo acidentalmente um diário antigo com adesivos e códigos infantis. Entre as páginas, um bilhete, um pouco desbotado, mas ainda com cheiro de algo quente, de verão, inocente. O riso soa abafado ali, como se viesse do porão da memória, e ao lado um minúsculo "tchau tchau", escrito com lápis pastel, muito macio para se despedir de verdade. A música parece sorrir através das lágrimas, leve, quase despreocupada, mas com aquele nó familiar na garganta, quando você se lembra de como alguém um dia ensinou a distinguir cerejas de ginjas, e você decidiu que esse conhecimento ficaria para sempre. Tudo já passou, mas por algum motivo ainda se espera que alguém volte e preencha as páginas em branco com a cor que faltou.