plastic

O brilho das vitrines e os flashes dos celulares, como um novo culto boêmio - aqui todos querem brilhar, mas nem todos se lembram por quê. Ela parece ter sido tecida de luz, mas em seus olhos há um céu queimado por néons. Lá embaixo, a cidade se agita, onde todos estão dispostos a se tornar um degrau por alguns segundos de reconhecimento. Plástico em vez de estrelas, passarela em vez de estrada e festa em vez de sentido - mas é alto, brilhante, “como deve ser”.

E tudo isso parece uma tentativa de se afogar com elegância: em champanhe, em curtidas, nos olhares alheios. Alguém procura amor, alguém procura o palco, alguém procura apenas um motivo para desligar o barulho interior. Mas, em algum lugar, sob as camadas de maquiagem, luzes e autotune, ainda vive uma pequena pergunta: e se tirarmos tudo isso, restará alguma coisa real?