The Fate of Ophelia

Antigamente, o mundo parecia um pântano - viscoso, sem esperança, onde cada dia se arrastava como um drama em três atos sem intervalos. E, de repente, um clarão. Alguém acendeu um holofote bem no meio da névoa: não um salvador, nem um príncipe, mas sim um incendiário, que simplesmente se cansou de observar a escuridão. E, nesse incêndio, inesperadamente, ficou quente.

Das cinzas não surge uma heroína de conto de fadas, mas uma mulher cansada de se afogar em sua própria cabeça. Sua torre, ao que parece, não é uma prisão, mas um bom ponto de observação. Do alto, é possível ver que se pode viver, arder, errar e até amar sem se transformar na trágica Ofélia. Basta segurar as mãos de alguém, onde em vez de uma coroa há cinzas, em vez de salvação há uma faísca.

Canção sobre aqueles que são resgatados não por felicidade, mas para que voltem a querer respirar. Em voz alta, sem dormir, com uma chama que já não dá medo de tocar.