Leon Bailey

Como se a cidade noturna tivesse começado a falar - de forma atrevida, confiante e um pouco cansada. Aqui, correntes tilintam, luzes piscam e, por baixo de tudo isso, há uma inquietação, o hábito de manter a mão no pulso e uma silenciosa gratidão àqueles que, em algum momento, ofereceram um pedaço de pão. Em cada palavra, há uma rua onde o amor e o perigo há muito tempo coabitam na mesma escadaria.

O ritmo é áspero como o asfalto após a chuva: ora bate nas têmporas, ora balança ao ritmo do coração. Entre as linhas - uma escolha familiar a todos que sobreviveram, e não apenas viveram: permanecer humano ou se tornar uma lenda do bairro. Esse som tem tudo - o frio da “era do gelo” no pescoço e o calor do ombro de um amigo. Uma mistura de orgulho de rua e vulnerabilidade pessoal - quando a vida não é uma canção, mas ainda assim soa.