mirrors demo

Tudo aqui soa como um diário escrito a caneta preta no verso de um caderno escolar - malicioso, honesto, insone. As palavras brotam como uma corrente de ar de uma janela entreaberta: ódio ao reflexo, aos hábitos, aos erros alheios e próprios, às pessoas das quais é impossível se afastar, mesmo que seja necessário.

A música transforma essa raiva em algo quase bonito - nervoso, trêmulo, mas reconhecível. É uma canção sobre como é difícil respirar quando o próprio “eu” se torna muito apertado e como é assustador ouvir os telefonemas, as perguntas e as risadas dos outros nesse aperto. Parece ser sobre amor, mas na verdade é sobre como às vezes dá vontade de jogar fora todos os espelhos e ficar invisível, para deixar de ser inimigo de si mesmo, pelo menos por um tempo.